Bolsa de Formadores do ACIDI
Iniciativa: Bolsa de Formadores do ACIDI
Entidade: Alto Comissariado para a Imigração e Dialogo Intercultural, I.P.
Destinatários/Beneficiários potenciais*
Categoria: Serviços ao Cidadão
Ponto de Situação*
Custos envolvidos*
Site: www.acidi.gov.pt,
www.entreculturas.pt e
http://bfacidi.inducar.pt
Constitui um desafio estratégico para descentralizar o esforço de sensibilização e mobilização para a causa do acolhimento e integração de imigrantes e envolver um número mais alargado de pessoas e instituições nesse processo. A concepção do modelo global do projecto implicou a parceria com uma instituição privada de formação – Rede Inducar, CRL. O trabalho colaborativo tem sido uma das dimensões a realçar, verificando-se uma co-responsabilização mútua e flexibilidade nos papéis.
O desenho da formação de formadores, basilar para a sustentação deste projecto, articulou: formação residencial, à distância (
b-learning e
e-learning), co-formação no terreno e
coaching.
A metodologia baseou-se nos princípios da aprendizagem de adultos e de educação não-formal, promovendo a meta-aprendizagem e a motivação intrínseca indispensável ao desempenho do papel de formador, num espaço de auto e hetero-aprendizagem, proporcionando oportunidades de experimentar e comparar diferentes abordagens à problemática da interculturalidade e da imigração.
O investimento na construção de uma Comunidade de Prática reforça, ainda, o espírito de participação e a dinâmica de trabalho em rede. Como avaliação final, foi solicitada a produção de um portfólio que espelhasse o percurso e adquiridos da aprendizagem dos formadores.
Destinatários/Beneficiários potenciais*
A Bolsa de Formadores assegura, a pedido de instituições directamente ou indirectamente implicadas no processo de acolhimento e integração de imigrantes (escolas, associações, ONGD’s, instituições de solidariedade social, autarquias, hospitais, tribunais, organismos públicos e privados, entre outras), a realização de acções de sensibilização, informação e oficinas.
É da responsabilidade da entidade requerente assegurar o número mínimo de 20 participantes que podem ser técnicos (mediadores, professores, educadores), decisores políticos, dirigentes associativos, jovens e / ou estudantes universitários, entre outros.
Ponto de Situação*
Actualmente, no início do terceiro ano de funcionamento, o projecto Bolsa de Formadores do ACIDI, I.P. encontra-se em fase de expansão e diversificação das respostas e consolidação dos processos de gestão e de formação.
Neste momento, e com vista a uma maior diversificação e/ou aprofundamento a oferta é composta por nove módulos, estando em desenvolvimento / experimentação outros quatro (este processo é monitorizado através das necessidades e expectativas das instituições - levantadas através de instrumentos de avaliação das acções - nomeadamente fichas de avaliação dos formadores e dos formandos).
Actualmente estão disponíveis os seguintes: "Acolhimento e Serviços de Apoio", "Aprender com Histórias Interculturais"; "Lei da Nacionalidade"; "Lei da Imigração»; "Mitos e Factos sobre Imigração em Portugal"; "Diálogo Intercultural"; "Educação Intercultural para jovens"; "Saúde, (I)migração e Diversidade"; "Educação Intercultural" e "Educação Intercultural – Escolas".
Custos envolvidos*
Este projecto é co-financiado pelo Fundo Social Europeu (QREN/POPH- eixo 6.9 - Acções de formação e iniciativas de sensibilização dirigidas a públicos estratégicos no domínio de acolhimento e integração de imigrantes) e representa cerca de 1.4% no orçamento total do ACIDI, I.P.
O investimento inicial do projecto e que, aliás, constitui uma das principais condições de sustentabilidade do projecto, foi no processo de formação de formadores. Só no presente ano é que o projecto vem beneficiar de economias de escala. Comparativamente, os custos neste domínio são muito menores do que em 2006, e, simultaneamente, os pedidos cresceram. Esta tendência acentuar-se-á nos próximos anos à medida que os módulos forem mais conhecidos e a equipa de formadores for estabilizando.
Um dos “segredos do sucesso deste projecto” (também em termos financeiros) reside justamente no facto de as formações se fazerem de forma descentralizada e, em parceria com as entidades que requerem a formação. O ACIDI, I.P. assume os encargos com os pagamentos dos formadores e despesas associadas (deslocações e transportes) e as instituições colaboram ao nível de instalações, equipamentos. Trata-se de uma aposta numa racionalização de meios e numa co-responsabilização pelo desenvolvimento do Plano Nacional de Integração de Imigrantes (RCM 63-A/2007).
Recomendações
Dum ponto de vista conceptual, a sustentabilidade deste projecto está ancorada numa concepção epistemológica de aprendizagem e de formação de adultos que é transversal a todo o projecto. A natureza dos conteúdos e problemáticas que constituem o objecto de formação neste projecto determinaram a abordagem metodológica e o modelo de formação adoptados.
Numa perspectiva de política pública o desafio da promoção de uma sociedade portuguesa mais intercultural – objectivo central neste projecto – é entendido como uma questão nacional que implica e diz respeito a todo(a)s o(a)s portugueses. A intervenção proposta pressupõe a concretização de um modelo de Cidadania Intercultural que implica a aprendizagem de competências de gestão da diversidade, a desconstrução de estereótipos e de representações negativas sobre a presença de imigrantes em Portugal e o reconhecimento e valorização da sua contribuição para uma maior coesão social na sociedade portuguesa.
Um dos pontos fortes e uma das mais-valias que caracterizam este projecto é o próprio conceito de Bolsa de Formadores. – Uma "unidade móvel de formação no terreno" constituída por cerca de 30 formadores, que, embora externos, se identificam como “parte” da instituição e se assumem como “embaixadores” da promoção e da divulgação da missão do ACIDI, I.P. A diversidade geográfica de inserção desta equipa e a diversidade dos seus perfis é uma aposta numa política de proximidade de formação, mais localizada e à medida, em que é a administração pública que vai ter com os cidadãos aos seus locais de intervenção.
Outra das dimensões a realçar é o próprio modelo de formação contínua e intensiva, que articula diferentes modalidades de formação - residencial, à distância, apoiado numa plataforma de
e-learning, co-formação no terreno e
coaching) – e, ainda, o investimento na construção de uma Comunidade de Prática (modelo oriundo do domínio empresarial - Wenger, Etienne (1998),
Communities of practice: Learning,
Meaning, and
Identity; Cambridge University Press) que reforça o espírito de participação e a dinâmica de trabalho em rede. O desenvolvimento deste projecte é apoiado num conjunto de materiais que dão suporte à realização das acções de formação e que facilitam a divulgação e a incorporação das aprendizagens mobilizadas ao longo do processo formativo.
A finalidade última deste projecto é a mudança de ‘mentalidades’. Esta é, reconhecidamente, um processo lento e complexo, cujos efeitos só podem ser visíveis na continuidade e no longo prazo. No entanto, os seus benefícios podem ser medidos e evidenciados quer na visibilidade e interesse que estas temáticas despertam (veja-se o exemplo do Ano Europeu do Diálogo Intercultural -
www.aedi2008.pt), quer nas mudanças de comportamentos, invisíveis num olhar mais apressado, mas que vão sendo reveladas em alguns contextos concretos.
Próximas Acções
O ano 2008 representou o esforço de consolidação do projecto por via de vários factores:
- Alargamento da equipa e investimento em formação de formadores;
- Candidatura a financiamentos comunitários (eixo 6.9. e congéneres do POPH/QREN);
- Certificação com entidade formadora (DGERT);
- Ampliação e especificação da oferta.
Estes são condicionantes da actividade de 2009 pois vêm permitir que o conjunto das acções a desenvolver seja parametrizado quer em termos da sua qualidade e eficácia técnico-pedagógica, quer em termos da sua adequação às expectativas e necessidades das instituições requerentes. A ampliação e especificação da oferta (em certa medida decorrente dos restantes pontos) está ainda em fase implementação. A par disso, o investimento em (re)edição de material de apoio às acções realizado em 2008 terá continuidade em 2009.
Estima-se que, em 2009 possamos realizar 500 acções de (in)formação, sensibilização e seminários, envolvendo cerca de 12.000 participantes, este decorra sobretudo do fluxo do número de pedidos das instituições.
Anexos
Testemunhos retirados dos portfólios reflexivos (trabalhos finais) elaborados no âmbito do da formação de formadores:
“A bolsa de formadores do ACIME é uma iniciativa pioneira, desempenhada com elevado profissionalismo pela equipa que a concebeu e implementou, com uma forte participação motivada e frutuosa do grupo que a constituiu e o meu balanço é por isso muito positivo.”
“Ganhei experiência, amigos, modelos de referência, recursos. O meu mundo cresceu, e com ele os meus limites, a jusante e a montante, e as palavras, velhas e novas, tornaram-se mais ambíguas e mais profundas.”
“Nunca tinha pensado nisto dessa forma e compreendi muito claramente a mensagem do Alto Comissário quando sublinhou que neste novo papel, teríamos necessariamente de «vestir a camisola».”
Brochura de divulgação "Cidadania e Interculturalidade" - ACIDI,IP, 22 de Maio de 2009 (pdf, 340 KB)
Imagens da iniciativa Bolsa de Formadores do ACIDI,IP - ACIDI,IP, 22 de Maio de 2009 (pdf, 652 KB)
Resultados
A análise do número de sessões realizadas no âmbito deste projecto, bem como o número de participantes envolvidos (cf. gráficos abaixo apresentados) demonstra que houve uma evolução bastante significativa significativa.
Ponto de Contacto
Isabel Ferreira Martins
Departamento de Apoio ao Associativismo e Diálogo Intercultural
Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, I.P.
Tel.: (+351) 218 106 100
isabel.martins@acidi.gov.pt
Última Actualização: sexta-feira, 22 de Maio de 2009