Contributo Conhecimento da Biodiversidade e Geodiversidade da Ria de Aveiro
O projecto com carácter interdisciplinar procurou desenvolver nos alunos o gosto pelo conhecimento científico e através deste, pelo conhecimento artístico, implementando estratégias de observação do meio ambiente local, de proximidade a investigações em curso na Universidade de Aveiro e de valorização de factores de identidade da região. Assim, este projecto dedicou-se ao estudo da biodiversidade e geodiversidade da Ria de Aveiro. O objectivo foi estudar a microfauna de invertebrados, como os foraminíferos (organismos unicelulares) e o perfil dos fundos da laguna, bem como a fauna e flora de vários tipos de ecossistemas lagunares.
Iniciativa: Contributo Conhecimento da Biodiversidade e Geodiversidade da Ria de Aveiro
Entidade: Escola EB 2/3 João Afonso de Aveiro
Destinatários/Beneficiários: Especificamente para os alunos do 3º ciclo; genericamente para toda a comunidade escolar e extra-escolar, na medida em que os produtos finais foram divulgados em várias exposições realizadas na escola e noutros locais nobres do concelho: Universidade de Aveiro, Centro Cultural e de Congressos, etc.
Categoria: Inovação na Gestão
Ponto de Situação: Concluído.
Custos envolvidos:
Site: http://joomla.eb23-joao-afonso.rcts.pt
Para o efeito, organizaram-se várias saídas de campo ao longo do ano com alunos do ensino básico, a um troço terminal do rio Vouga (Rio Novo do Príncipe), a vários canais da laguna e a vários ambientes típicos da Ria, para a realização de actividades experimentais.
Com essas visitas conseguiu-se demonstrar perfis geofísicos dos fundos lagunares, proceder à recolha de sedimentos e posterior inventariação da fauna de foraminíferos e inventariar a fauna e flora de alguns ecossistemas representativos da laguna. Estas actividades de cariz mais prático foram complementadas com actividades laboratoriais, na Escola e na Universidade de Aveiro.
As abordagens de conceitos da Física tornaram-se elementos simbólicos nos objectos artísticos criados, através da utilização da holografia e da fibra óptica.
A comunicação do projecto à comunidade educativa e a sua visualização para além desta foi um objectivo, tal como a criação de oportunidades aos alunos para que estes usufruam de actividades e conhecimentos para além do estabelecido no currículo e através de entidades locais tenham acesso a outros recursos.
Desenvolvimento da Iniciativa
Em termos de projecto propriamente dito efectuou-se um estudo geoquímico, mineralógico e textural dos sedimentos da laguna, bem como do hidrodinamismo dos vários canais e ainda um estudo geofísico dos canais lagunares para pesquisar a espessura e a profundidade dos sedimentos e a evolução ao longo do tempo do sistema lagunar.
Efectuaram-se saídas em embarcação, nos canais da Ria, para recolha de sedimentos e posterior análise do conteúdo em foraminíferos e de eventuais substâncias poluentes que possam influenciar a distribuição destes seres vivos nos vários canais.
Durante estas saídas procedeu-se, paralelamente, a estudos com elaboração de perfis de reflexão sísmica de alta resolução, sonar de varrimento lateral e magnetometria, com auxílio de um protocolo experimental adaptado.
Elaboraram-se protocolos experimentais para a componente biológica do projecto – o estudo e a inventariação da biologia dos foraminíferos, a inventariação da fauna e flora típicas de alguns ambientes – e também para a componente geológica – a geoquímica, a textura, a mineralogia e granolometria dos sedimentos, bem como para a prospecção geofísica.
Visitou-se o Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro para contactar com os procedimentos usuais de manipulação dos foraminíferos e aproveitou-se a oportunidade para observar espécimes anteriormente recolhidos com saliência para a sua morfologia e fisiologia.
Ao nível da sala de aula pesquisou-se a morfologia e fisiologia destes seres vivos bentónicos, recorrendo a bibliografia diversificada, e projectaram-se as actividades a desenvolver, nomeadamente as saídas de campo, de barco e em percursos pedestres, para observar
in situ os ecossistemas lagunares e proceder à recolha dos sedimentos e dos foraminíferos.
Procedeu-se também a uma revisão dos conceitos relacionados com a geomorfologia das regiões litorais, bem como de aspectos de orientação com utilização de bússola e cartografia, tendo em vista as saídas de campo na laguna.
Simulou-se, entretanto, ao nível da sala de aula em actividade laboratorial com protocolo experimental, a hidrodinâmica associada aos sistemas lagunares, por intermédio de um simulador de modulação de relevo que permitiu distinguir diferentes regimes de transporte, processos erosivos e de deposição de sedimentos, integrando conhecimentos de Matemática, Hidrogeologia e Física na compreensão dos mecanismos ambientais e da geodinâmica externa associada a fenómenos de hidrologia e hidrogeologia.
Entretanto, elaboraram-se documentos que permitiram fazer um enquadramento da flora e fauna da Ria de Aveiro, com referência aos principais ecossistemas lagunares, nomeadamente sobre a forma de desdobráveis e apresentações em
PowerPoint. Neste sentido fez-se uma recolha de exemplares significativos da flora lagunar, em percursos pedestres assessorados por especialistas de Botânica da Universidade de Aveiro e do Núcleo Regional de Aveiro da QUERCUS, no troço terminal do rio Vouga (Rio Novo do Princípe) tendo em vista a realização de um herbário e da adopção de um percurso pedestre a realizar, nos próximos anos lectivos, por exemplo no âmbito da comemoração de dias festivos da escola, como é exemplo o “Dia da Floresta”, em que convidámos toda a comunidade educativa para usufruir deste percurso pedestre, entretanto já monitorizado em saídas de campo posteriores.
Divulgação da Iniciativa
Os resultados da investigação foram divulgados por intermédio de uma monografia que deu à estampa os aspectos geológicos e biológicos estudados, com inclusão de imagens dos foraminíferos e respectivos dados bio-ecológicos.
Foram, de igual modo, elaborados desdobráveis e brochuras para sintetizar e publicitar os dados e resultados obtidos.
Relativamente ao herbário aludido, representativo das espécies mais importantes do ecossistema lagunar, foram elaborados dois:
- um para ser utilizado em condições reais de aprendizagem por todas as escolas do Agrupamento de que somos sede sempre que seja necessário e requisitado;
- o outro foi oferecido a uma escola grega, no âmbito de um projecto bilateral Comenius, durante a permanência dos nossos congéneres helénicos em Aveiro.
Os dois projectos tiveram como denominador comum o sistema lagunar de Aveiro e o
know how obtido neste projecto a concurso permitiu complementar o de carácter internacional, com benefícios óbvios para os alunos – graças aos conhecimentos adquiridos neste projecto foram eles os formadores e cicerones científicos dos pares gregos durante a sua estada na nossa região – e professores participantes nas duas iniciativas e para os próprios materiais elaborados nas mesmas.
As fotografias tiradas aquando das saídas de campo foram seleccionadas, para inserção na página da Internet da escola e exposição em local propício à sua fruição pela comunidade escolar, nomeadamente aos encarregados de educação, que foram convidados a visitar a instituição de ensino.
Foram também elaborados artigos científicos para publicação no jornal da escola, tendo em vista a divulgação destas actividades e o incentivo da implementação de acções com a mesma relevância científica e pedagógica.
Investigou-se também de que forma a eventual poluição dos canais tem influência no povoamento dos mesmos por parte da microfauna supracitada, estabelecendo-se uma correlação entre a preferência das espécies relativamente aos parâmetros ambientais, com a elaboração de um mapa do sistema lagunar com a distribuição dos foraminíferos.
Os locais mais contaminados da laguna foram identificados, não só por indicadores microfaunais, mas também por indicadores biogeoquímicos e mineralógicos (através da investigadora Drª.Virginia Martins).
As actividades experimentais, realizadas
in loco no sistema lagunar e em laboratório, tiveram o apoio dos Departamentos de Biologia e Geociências da Universidade de Aveiro, em termos de recursos humanos e materiais.
Concomitantemente, foram convidados a vir à escola, para a partilha de conhecimentos sobre a temática em causa, elementos de organizações não governamentais como a QUERCUS e a ASPEA e investigadores que trabalham no estudo da bio-geologia da “Ria” de Aveiro, mais concretamente os que se dedicam ao estudo de outros invertebrados “invisíveis” ao olhar, como os anelídeos e os equinodermes, que partilham com os foraminíferos a biologia subaquática da laguna, e os que fazem da sedimentologia e da evolução geomorfológica da laguna o seu trabalho investigativo.
Executaram-se, na disciplina de Educação Visual, desenhos de observação rigorosos dos elementos biológicos recolhidos através de microscopia e outros instrumentos ópticos, com a execução de modelos tridimensionais dos mesmos, para uma melhor compreensão da morfologia dos foraminíferos, e uma composição gráfica com base na morfologia dos foraminíferos, procedendo a uma simplificação por geometrização, com ligação à Matemática, no âmbito das comemorações do “Ano da Matemática e Arte”.
Com base na informação gráfica recolhida elaboraram-se elementos de
design gráfico e de instalação. Desenvolveram-se, por seu turno, na disciplina de Oficina de Artes, interpretações com carácter artístico – esculturas –, com introdução de hologramas em dois registos, desenhados e em laboratório, com a colaboração do Departamento de Física da Universidade de Aveiro, no âmbito da rede de “Holo-Escolas” e do “Cubo Holográfico” da Escola, para além da utilização da fibra óptica nas esculturas interpretativas dos micro-invertebrados.
As esculturas funcionaram como meio complementar de sensibilização e divulgação do trabalho produzido, sendo expostas em espaço nobre para a comunidade educativa, nomeadamente com convites dirigidos aos encarregados de educação, com design gráfico dos alunos (apoio de Professores da UA e da Professora Cacilda).
Os alunos aprofundaram ainda os seus conhecimentos ao nível das tecnologias de informação, através da área curricular de Área de Projecto, atribuída às TIC, nomeadamente publicitando as várias fases na página da Internet da Escola e na página “Valorizar para proteger a Ria de Aveiro”, coordenada pelo Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro, sem olvidar a publicitação dos resultados por intermédio das aludidas brochuras e desdobráveis.
Em Língua Portuguesa promoveu-se uma actividade de pesquisa sobre escritores nacionais que fizeram alusão, na sua produção literária, à Ria de Aveiro, do ponto de vista do seu riquíssimo património cultural, sendo complementada a recolha, com fotografias de autor consagrado, convidado a expor alguns trabalhos na escola.
Este trabalho esteve exposto para toda a comunidade educativa, com o título “A Arte Fotográfica e a Literatura na Divulgação da Ria de Aveiro”, no Centro de Recursos da instituição. Os encarregados de educação dos alunos foram convidados para uma apresentação guiada da exposição, dinamizada pelos próprios educandos, por intermédio da leitura de excertos de textos poéticos dedicados ao sistema lagunar de Aveiro (através da Professora Margarida Martinho).
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Um olhar sobre o ambiente e a Ria de Aveiro”
Os resultados do projecto foram apresentados num Simpósio – intitulado “Um olhar sobre o ambiente e a Ria de Aveiro” – por nós organizado, no mês de Junho, em parceria com o Departamento de Geociências da Universidade, que se realizou no auditório do mesmo Departamento.
Convidaram-se cientistas de várias áreas do saber com trabalho desenvolvido na Ria de Aveiro e Baixo Vouga para apresentarem à comunidade educativa de Aveiro, alguns resultados finais de investigação e de processos em curso.
De destacar ainda, a participação da investigadora Raquel Melo, do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, que trouxe uma visão do impacto ambiental mais alargada, de relação entre as alterações nas camadas de permafrost e o aquecimento global. Foram convidadas a participar no evento todas as escolas secundárias e do ensino básico do concelho de Aveiro. Convidaram-se professores de outras escolas do concelho com projectos relacionados com a temática em causa.
De realçar que durante e após o seminário estiveram expostas no Átrio de Exposições do Departamento de Geociências, as esculturas e pinturas inspiradas nos foraminíferos realizadas neste projecto e que uma das palestras foi dedicada à divulgação de todas as iniciativas (e resultados) levadas a cabo no âmbito deste projecto.
Convidaram-se ainda órgãos de comunicação social, a DREC, outras instituições e a população aveirense em geral, já que o evento foi divulgado pela Câmara Municipal de Aveiro (que se associou a nós na organização), bem como pelo Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro, no seu boletim periódico e na sua página da Internet.
Apresentámos, de igual modo, este projecto no V Fórum Infanto-Juvenil – "Terra: O Planeta que queremos Ter!", nos dias 22 e 23 de Abril, no Centro Cultural e de Congressos de Aveiro. Esta iniciativa, sob os auspícios da ASPEA e Câmara Municipal de Aveiro, foi integrada nas comemorações em Portugal do Ano Internacional do Planeta Terra (AIPT).
Equipamentos e Disciplinas
Para além da tecnologia mencionada anteriormente salienta-se a utilização dos laboratórios de Ciências e de Físico-Químicas, sala de TIC (computadores, videoprojector, software de manipulação de imagens, de processamento de texto, etc.), salas de Educação Visual e Oficina das Artes, sala de Holografia, laboratórios dos Departamentos de Geociências, Biologia e Física, da Universidade de Aveiro, bem como de materiais laboratoriais de Ciências Naturais e Físico-Químicas; materiais de Educação Visual e Oficina das Artes; material de informática, etc.
Estiveram envolvidas as disciplinas de:
- Ciências Naturais – nas vertentes de Geologia, no estudo dos sedimentos que constituem o substrato da Ria de Aveiro e de Biologia, na investigação sobre os invertebrados, nomeadamente sobre os foraminíferos e sobre alguns ambientes lagunares representativos, com especial ênfase para um troço terminal do rio Vouga –;
- Física e Química - na elaboração de hologramas e fibra óptica relacionados com a fauna dos invertebrados –;
- Oficina das Artes – na elaboração de esculturas com aplicação de holografia e fibra óptica, relacionadas com a percepção que os alunos têm da Ciência sensu lato e a manipulação artística da abordagem cientifica realizada –;
- Educação Visual, na elaboração de desenhos de observação com características de registo cientifico, em diferentes materiais de desenho e pintura, bem como na realização de modelos tridimensionais das espécies de foraminíferos observados e na preparação de uma exposição do projecto para a comunidade educativa –;
- TIC – na elaboração, em formato electrónico, dos protocolos experimentais em que se baseou a investigação sobre a bio-geologia subaquática da Ria de Aveiro, na elaboração de PowerPoint’s sobre a temática em causa, para incluir num Cd-rom sobre a Ria de Aveiro e na elaboração de conteúdos para a página oficial da Internet da Escola sobre o projecto-.
Internacionalização da Iniciativa
Para divulgar a Ria de Aveiro “fora de portas”, vamos este ano internacionalizar o projecto, estabelecendo uma parceria com uma escola da região francesa de Arcachon, que além de um ecossistema lagunar com alguma similitude com a laguna aveirense, possui uma área dunar protegida, à semelhança da Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto, com uma das maiores dunas europeias: a duna da Pyla.
É nossa intenção convidar alunos e professores franceses a conhecerem a nossa região e o nosso projecto, e depois ocorrer reciprocidade com a nossa deslocação a esta região francesa, para comparar as diferenças e semelhanças entre ecossistemas com alguma similitude.
Próximas Acções
A iniciativa será complementada com trabalhos a realizar no âmbito do projecto “Histórias a Água e Sal”, coordenado pelo departamento de Ambiente da Universidade de Aveiro.
Na região de Aveiro, as marinhas apresentam-se como uma componente essencial da paisagem, história e ecossistema lagunar (Ria de Aveiro). Neste contexto pretende-se realizar uma actividade de educação ambiental que fomente a consciência ambiental do público-alvo, suscitando a percepção da importância das marinhas, tanto a nível ambiental, como cultural, social e histórico. O tema enquadra-se na área do Desenvolvimento Sustentável.
Anexos
Fotografias alusivas ao Projecto - Alice Castro, professora da Escola EB 2/3 João Afonso de Aveiro (pdf, 3,70 MB)
Resumo do projecto "Aveiro Natural: Olhares sobre a fauna e flora" - Margarida Lemos, professora da Escola EB 2/3 João Afonso de Aveiro (pdf, 1,82 MB)
Resultados
O projecto permitiu aumentar o conhecimento biológico, geológico, hidrogeológico e geomorfológico da Ria de Aveiro graças: à realização dos protocolos experimentais das saídas de campo e actividades realizadas em laboratório; à exposição das fotografias relacionada com aspectos geológicos, biológicos, geomorfológicos e paisagísticos da Ria de Aveiro; à elaboração de um herbário de espécimes representativos de um ecossistema típico da laguna e inventariação da fauna e flora lagunares com elaboração de brochuras e desdobráveis.
Permitiu também incrementar o conhecimento da morfologia e fisiologia dos foraminíferos da Ria de Aveiro por intermédio da elaboração de uma monografia que deu à estampa os aspectos geológicos e biológicos estudados, com inclusão de imagens dos foraminíferos e respectivos dados bio-ecológicos, bem como de brochuras e desdobráveis.
Aumentou o conhecimento dos mecanismos da holografia com elaboração de hologramas a aplicar nas esculturas dos foraminíferos; da componente estética em escultura e do método projectual de design com a exposição de modelos tridimensionais representativos da morfologia dos foraminíferos e de esculturas com aplicação de elementos da física com base nas imagens dos foraminíferos; de técnicas de desenho e escultura com exposição de desenhos e pinturas de foraminiferos e interpretação artística da sua morfologia através de traçados geométricos.
O sucesso relatado foi mensurado por grelhas de observação do empenho, interesse e participação dos discentes no trabalho em sala de aula e nas saídas de campo/visitas de estudo; pela realização de um portfólio com o material elaborado no projecto; com um questionário de avaliação e auto-avaliação do projecto; pela reflexão crítica sobre as práticas pedagógicas implementadas, os materiais/documentos elaborados, as experiências vivenciadas e os resultados obtidos; por fichas de avaliação.
O projecto venceu o Prémio de Reconhecimento à Educação 2009, promovido pelo Ensino do Futuro, SINASE e Groupvision, na categoria “Inovação Pedagógica”.
Ponto de Contacto
Francisco Sousa
Professor
sousafr@gmail.com
Alice Castro
Professora
alice.ruano@gmail.com
Margarida Lemos
Professora
lemosguida@gmail.com
Escola EB 2/3 João Afonso de Aveiro
Tel.: (+351) 234 379 920
Última Actualização: segunda-feira, 12 de Outubro de 2009